Podemos afirmar que o ensinou a distância apenas tornou-se possível a partir do surgimento da linguagem escrita, pois desde a antiguidade homens como Platão e São Paulo utilizavam epístolas para transmitir ensinamentos para seus discípulos. A partir do século XV surgiam as primeiras descobertas científicas e as cartas eram utilizadas para registrá-las e divulgá-las para outros pesquisadores.
A educação a distância foi utilizada inicialmente como recurso para superação de deficiências educacionais, para a qualificação profissional e aperfeiçoamento ou atualização de conhecimentos.
Segundo Saraiva (1996), o primeiro marco da educação a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, onde o professor de taquigrafia Cauleb Phillips oferecia um curso de arte no qual as pessoas receberiam lições semanalmente em casa.
Em 1833, ocorre um anúncio semelhante na Suécia e em 1840 na Inglaterra. Porém, ações de fato que institucionalizassem a educação a distância teve início a partir da metade do século XX. Em 1891 a Universidade de Wisconsin organizou alguns cursos de extensão universitária por correspondência. Um ano depois, a Universidade de Chicago criou uma Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão daquela Universidade. Já em 1922, a ex-URSS, atual Rússia, organizou um sistema de ensino por correspondência no qual atendeu 350 mil usuários em dois anos.
Com o passar do tempo houve o aperfeiçoamento dos serviços de correios, meios de transporte e um grande desenvolvimento tecnológico na área da comunicação e da informação dando um novo impulso ao ensino a distância.
A evolução histórica no Brasil inicia-se juntamente com o surgimento dos meios de comunicação e através da criação, em 1922, da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro com um projeto de acessibilizar a educação através do sistema radiofônico (Saraiva,1996).
Dessa forma amplia-se a oferta do ensino não formal. Em 1939 surge o Instituto Monitor que oferece o primeiro curso por correspondência no país, de Radiotécnico. Logo em seguida expande-se por todo território o Instituto Universal Brasileiro que oferecia cursos técnicos. É importante ressaltar que, até então, toda a metolodogia de ensino a distância tinha como base a escrita e os materiais impressos.
A utilização do rádio na educação ganha força a partir da década de 40. Na Inglaterra, por exemplo, a BBC criou cursos de qualificação profissional e levou conhecimento a diversos segmentos da sua população. A Austrália por sua vez lançou sua Escola Radiofônica, levando aulas às pessoas que viviam nos lugares mais remotos. Aqui no Brasil podemos citar experiências relevantes como a Universidade do Ar do SENAC de São Paulo (1947), as Escolas Radiofônicas de Alfabetização do Movimento de Educação de Base (1956) e o Projeto Minerva que transmitido pela Rádio MEC e por onde milhares de pessoas realizaram seus estudos básicos.
O surgimento da televisão na década de 50 tornou-se um dos principais meios de comunicação para a difusão da informação tornando possível não somente cursos livres, mas também cursos regulares.
Inicia-se então, a partir da década de 70, o Telecurso, um programa de educação supletiva, criado pela Fundação Roberto Marinho, o Projeto TV Escola do MEC e emissoras educativas como a TV Cultura de São Paulo, TVE do Rio de Janeiro, entre outras. Assim, diversas fundações privadas e organizações não-governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos a distância, através da teleducação, com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos.
Nos anos 80 surge o computador, sistema de informação que permitia troca de dados através de sistema eletrônico. Esse novo meio de comunicação revoluciona não apenas a tecnologia de comunicação e informação, mas também a área educacional.
O grande impacto da educação a distância ocorre a partir da década de 90 quando ela passa chamar a atenção das instituições de ensino superior. Em 1992 o governo federal cria a Coordenação Nacional da EaD, vinculado ao Ministério da Educação, e um convênio de cooperação para a implantação Universidade Aberta de Brasília (lei 403/92).
O surgimento da internet e das novas tecnologias da comunicação e informação (TIC) possibilitaram grandes avanços na educação no século XXI. Hoje existem variados meios disponíveis tais como: teleconferência, chat, fóruns de discussão, correio eletrônico, weblogs e plataformas de ambientes virtuais. Esses recursos além de ofertar o EaD em larga escala, possibilita a interação entre alunos, professores e tutores.
Sua normatização no Brasil ocorreu de fato pela primeira vez em 1996, através da Lei nº. 9.394/96, no qual passou a ser considerada como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Dessa forma, algumas instituições de ensino passaram a oferecer cursos de especialização a distância.
Finalmente, quase dez anos depois, no dia 19 de dezembro de 2005, o Ministério da Educação e Cultura, através do decreto nº. 5622 nos apresenta o conceito oficial de Educação a Distância:
(...) é uma modalidade educacional na qual a mediação didática pedagógica, nos processos de ensino e aprendizagem, ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
Analisando toda a evolução e histórico da educação a distância tanto no Brasil quanto no mundo, podemos constatar uma grande ampliação da interatividade entre os participantes do processo educativo. A ação educativa passa a não estar mais centralizada no professor com a função de detentor do conhecimento e nem do aluno visto como mero receptor de informações. Ambos interagem e são produtores de conhecimentos.
Podemos caminhar para um modelo de educação que permita um equilíbrio entre as necessidades e habilidades individuais e coletivas. Dessa forma é possível avançar, trocar experiências, esclarecer dúvidas e, principalmente, utilizar-se dessas novas tecnologias e acessibilizar a educação para que se criem sujeitos mais autônomos, construtores e socializadores do conhecimento.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Decreto n. 5.622, de 19-12-2005. Regulamenta o art. 80 da Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12778%3Alegislacao-de-educacao-a-distancia&catid=193%3Aseed-educacao-a-distancia&Itemid=865 Acesso em 03 mai. 2011.
MEC. Portal. Secretaria de Educação a Distancia (SEED). . Acesso em: 07 mai. 2011.
ROMISZOWSKI. Alex. Uma visão histórica da evolução da Educação a Distância. http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=11&texto=624 Acesso em: 06 mai. 2011.
SARAIVA, Terezinha. Educação a distância no Brasil: lições da história. In: Brasília, ano 16, n.70, abr/jun 1996. 
Adorei sua analise em relação ao EaD, acredito que estamos no caminho certo, suas conclusões mostra o quanto estamos evoluindo para uma aprendizagem nova e significativa.
ResponderExcluirAcredito que a Ead ainda precisa melhorar e muito, sendo na qualificação dos docentes para poderem trabalhar na modalidade EAD, pois alguns professores são ótimos, mas não sabem como repassar o conhecimento na modalidade, ou seja ensinam EAD como se estivessem dando aula para um curso presencial. Esse é um dos maiores problemas constatado.
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